A noticia caiu que nem uma bomba. Ainda o lugar de Gabriela Canavilhas estava frio, por culpa do seu habitual atraso, já Isabel Magalhães aquecia a sala com uma emocionada e dura mensagem de despedida.
A antiga vereadora independente, que aceitou nas últimas eleições encabeçar a lista à Assembleia Municipal de Cascais pelo Partido Socialista, apresentava a sua demissão enquanto apontava o dedo ao Partido que há poucos meses atrás a tinha convencido a abandonar a sua neutralidade partidária.
Magalhães demitiu-se mas não foi sozinha. Consigo levou todos os independentes eleitos para a bancada socialista.
Esta situação, que irá no futuro fazer correr muita tinta em Cascais, levanta um conjunto de conclusões que em nada abonam a favor do PS Cascais, pois, passado apenas alguns meses de mandato, ficou provado que:
A) a relação do Partido com os independentes, que aceitaram ir nas suas listas, tinha uma solidez digna de uma gelatina Royal, que abana ao primeiro toque;
B) Canavilhas preocupou-se apenas em capitalizar com o eleitorado de Isabel Magalhães sem ter um projecto dirigido para estes;
C) o PS de Cascais continua perdido num labirinto de oposição e está longe de encontrar a saída.
Perante estas conclusões levantam-se 3 perguntas:
1) Como reagirá o PS a esta cratera politica na sua bancada?
2) Que acção futura estará destinada aos independentes de Cascais?
3) Estando Canavilhas debaixo de fogo não só pelo sucedido hoje, mas também pelos escândalos das "ajudas de custo", será o PS de Cascais capaz de pensar numa liderança alternativa à vereadora socialista?
A ver vamos. Os próximos tempos serão, com toda a certeza, muito duros para o PS Cascais.
