"Nunca se fez um ataque tão grande ao teatro em Portugal"e "Isto é uma falta de respeito pela classe", estas são duas, das muitas, frases fortes que Carlos Avilez, director do Teatro Experimental de Cascais, atirou em direcção do governo depois do cancelamento, por parte da Direcção-Geral das Artes, dos apoios ao teatro que dirige.
O Teatro Experimental de Cascais (TEC), que completará 52 anos brevemente, viu-lhe, pela primeira vez, retirados os apoios estatais para continuar a divulgar a cultura como tem feito até aqui.
Esta noticia é surpreendente, pois o TEC tem mostrado um grande dinamismo e um trabalho de excelência, não só nas peças de teatro que tem acolhido e apresentado, onde conta com grandes nomes, com Ruy de Carvalho à cabeça, como também no seu trabalho de ensino.
Perante uma situação tão grave, o Presidente da autarquia cascalense, Carlos Carreiras, não ficou de braços cruzados a assistir e pediu, de imediato, esclarecimentos ao Ministério da Cultura e ao Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa.
No entanto, o descontentamento de Cascais não é único, outras autarquias e entidades culturais também mostraram indignação por não terem sido contempladas com os habituais apoios. Perante tamanha indignação da classe artística, o Governo já veio anunciar o desbloqueio de mais verbas para a cultura. No entanto, até ao momento, ainda não se sabe se alguma parcela dessas novas verbas será destinada a ajudar o TEC a manter as suas portas abertas.
