Ovelhas, além de brinquedos e materiais de construção, foram
esta quarta-feira entregues à população da Pampilhosa da Serra como ajuda do
município de Cascais à reposição da normalidade neste concelho devastado pelos
incêndios de 2017.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara de
Cascais, Carlos Carreiras, disse que, nos últimos meses, “esta é a terceira
doação” àquele município do distrito de Coimbra afectado pelos incêndios
florestais de 2017.Os ovinos – um carneiro, 25 ovelhas e três borregos – e as
outras doações foram transportados em dois camiões, entre os dois concelhos, e
confiados à Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra.
O social-democrata Carlos Carreiras adiantou que estas
iniciativas da câmara a que preside, no distrito de Lisboa, vão culminar na
geminação dos dois municípios amigos, ainda este ano, após a discussão e
provável aprovação pelos dois executivos e assembleias municipais.
Os donativos e a anunciada geminação são assumidos pelos
proponentes, Carlos Carreiras e o seu homólogo José Brito, como um caminho
“para não deixar apagar uma centelha de esperança” no futuro e de solidariedade
com as vítimas dos fogos.
Trata-se de mais “um pequeno passo, absolutamente
fundamental”, no âmbito do esforço colectivo que visa assegurar “a
sobrevivência das aldeias” da Pampilhosa da Serra, dispersas numa zona
montanhosa do Interior, uma das mais atingidas pelos incêndios nas últimas
décadas.
Além dos pequenos ruminantes, cuja oferta visa “auxiliar as
pequenas economias familiares e os pequenos produtores”, segundo a autarquia de
Cascais, foram descarregadas sete paletes de tijolos e quatro de cimento, para
apoiar a reconstrução dos denominados imóveis de segunda habitação.
Foram também entregues 15 caixotes com 275 brinquedos,
reunidos por empresas e entidades do município doador.
Este “abraço solidário” de Cascais suscita “uma enorme
gratidão” da população da Pampilhosa da Serra, disse à Lusa José Brito, que
cumpre um terceiro e último mandato na liderança da câmara. “É importante que
as pessoas comecem a recriar a sua vida normal”, sublinhou.
O autarca do PSD salientou que os materiais de construção
doados pela autarquia de Cascais destinam-se à recuperação de casas de segunda
habitação.
A reconstrução destes edifícios afectados pelos fogos não
beneficiam ainda de apoios do Estado, no entanto, carece de ajuda, já que se
trata de residências “fundamentais para alavancar” a economia local,
propriedade de famílias com raízes locais que vivem maioritariamente na zona de
Lisboa e que revisitam a terra natal várias vezes ao longo do ano.
As doações concretizadas são resultado de uma campanha de
solidariedade da câmara de Cascais, sob o lema “Cascais mais solidária: com a
alma no litoral e o interior no coração de Portugal”, em que participaram
empresas e cidadãos.