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No passado dia 25 de junho, João Maria Jonet apresentou publicamente a sua candidatura à Presidência da Câmara Municipal de Cascais. O comentador político anunciou oficialmente a sua candidatura independente numa sessão realizada no Hotel Cascais Miragem, apresentando-se sob o lema “Cascais para Viver”.
Esta terça-feira, a candidatura motivou uma reação pública de relevo. Numa crónica publicada no jornal Público, o também comentador João Miguel Tavares não poupou críticas a Jonet, apontando-lhe o que considera ser um percurso assente no privilégio, e não no mérito.
Para Tavares, a ascensão política de Jonet, com apenas 27 anos, explica-se menos pelo talento e mais pelos círculos sociais em que se move. “Jonet é mais um comentador a saltar diretamente dos estúdios de televisão para a política”, escreve, lembrando que a nova tendência de transição direta do comentário político para cargos de poder pode parecer uma inovação, mas frequentemente serve apenas para perpetuar elites fechadas.
Segundo o cronista, o que une os apoiantes de Jonet, entre os quais Marçal Grilo, Rita Blanco, Pedro Marques Lopes, Proença de Carvalho, Fernando Negrão ou João Cordeiro, não é um projeto político comum, mas “os círculos em que se movem”. A candidatura, defende Tavares, ilustra “a falsa meritocracia” e a perpetuação de redes de privilégio que condicionam o acesso ao poder.
A crítica estende-se igualmente ao perfil profissional do candidato. Tavares aponta que Jonet tem “uma carreira reduzida a estudos, comentários televisivos e tweets”, e questiona a legitimidade de um percurso que, segundo afirma, seria impossível para al
guém fora das redes sociais privilegiadas. “Alguém acredita que um jovem cheio de talento, mas nascido em Bragança, de famílias pobres, em vez de em Cascais e de famílias bem, conseguiria reunir aos 27 anos aquela salada russa de gente?”
No seu artigo de opinião, João Miguel Tavares incide sobre os novos protagonistas da política como Mariana Leitão e Zohran Mamdani, denunciando a recorrente ascensão de nomes vindos das elites sociais e familiares, à esquerda, à direita e ao centro.
Além de João Maria Jonet, a corrida autárquica em Cascais conta já com as candidaturas de Nuno Piteira Lopes (PSD/CDS), João Ruivo (PS), Carlos Rabaçal (CDU), António Pinto Pereira (independente) e Manuel Simões de Almeida (Iniciativa Liberal).
