27/03/19

CM Cascais Disponibiliza 150.000€ Para Ajudar As Vítimas Da Tragédia De Moçambique e Apela À Solidariedade Dos Cascalenses


A Câmara de Cascais aprovou ontem disponibilizar 150 mil euros de apoio de emergência às vítimas do ciclone Idai em Moçambique, distribuindo o apoio através de quatro organizações.
O executivo irá entregar o montante, dividido em partes iguais, à Assistência Médica Internacional (AMI), UNICEF, HELPO e à Fundação Fernando Leite Couto que têm “vasta experiência no terreno”.
“É um imperativo moral e sentimental acudir o povo irmão de Moçambique. É nas situações de dificuldade que se testa a solidez da família. E o que podemos garantir aos moçambicanos é que, no que depender de Cascais e dos cascalenses, a família das cidades da lusofonia está e estará sempre ao lado dos cidadãos moçambicanos”, afirmou o presidente da autarquia, Carlos Carreiras, em comunicado.
A autarquia informa ainda que em breve “todos os cascalenses que quiserem ajudar terão indicações sobre como, quando e onde o fazer”, afirmando que a doação de 150 mil euros é “apenas o primeiro passo numa campanha de angariação de fundos maior e mais vasta” organizada pelo município.
“A tragédia em Moçambique é grande, mas o nosso coração e a nossa alma são ainda maiores. Depois de termos acudido os nossos concidadãos nos fogos de Junho e Outubro de 2017, peço aos cascalenses que voltem a dar uma manifestação inequívoca de solidariedade e esperança”, apelou o autarca.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afectou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afectado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.
As autoridades moçambicanas adiantaram que o ciclone afectou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.
Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas.
Foram ainda danificadas ou destruídas 3.202 salas de aulas, afectando 90.756 alunos, bem como 52 unidades de saúde. 
Quase 500 mil hectares de terras ficaram inundadas.
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, o Idai atingiu a Beira no dia 14 de Março com chuva forte e rajadas de vento de 180 a 220 quilómetros por hora.
No Zimbabué, as vítimas mortais registadas são 259, há 186 feridos contabilizados e 4.500 deslocados, num total de 270 mil pessoas atingidas pelos efeitos do Idai.
No Maláui, o balanço mantém-se inalterado, nos 59 mortos, além de 672 feridos, 86 mil deslocados, e 868.900 pessoas afectadas.