26/11/18

De Quem Será A Responsabilidade, Sr. Ministro?

Portugal tem tido, nos últimos anos, um elevado número de acontecimentos trágicos que deveriam, no mínimo, servir de alerta para aqueles que nos governam e têm a responsabilidade de zelar pela nossa segurança e conforto.
A tragédia de Entre-os-Rios, onde o colapso de uma ponte histórica provocou 53 vítimas mortais, foi o primeiro grande sinal que o país tinha, até então, negligenciado o estado das suas infraestruturas. Esta tragédia, que provocou a demissão do ministro da Administração Interna da época, Jorge Coelho, trouxe para a agenda mediática uma série de debates onde a maior preocupação foi “sacudir” responsabilidades ao invés de arranjar soluções para que uma tragédia destas não se volte a repetir.
Infelizmente, de lá para cá, nada mudou. Continuamos a ver, como no recente acontecimento em Borba, uma constante troca de culpas, onde ninguém, apesar das evidências, assume as responsabilidades. Portugal vive num clima de “batata quente” onde a grande preocupação não é precaver acidentes, mas sim precaver possíveis acusações.
No caso da Linha de Cascais é isso que se passa. O investimento de 50 milhões de euros que o Ministro Pedro Marques disponibilizou para a ligação férrea Cascais-Lisboa é, segundo os especialistas, manifestamente insuficiente, mas servirá, em caso de tragédia, como uma desculpabilização que o ministro e o Governo usarão em sua defesa.
Perante a iminente tragédia, e visto que não há, por parte dos comandados por António Costa, vontade de a evitar, perguntamos ao Ministro Pedro Marques: de quem será a responsabilidade?