A Vereadora demissionária culpa Carreiras, culpa os independentes que lhe deram a mão, culpa a imprensa local, culpa as redes sociais, culpa os cascalenses, só não se culpa a si própria pelo fracasso que foi a sua participação em Cascais.
Na sua habitual crónica quinzenal no jornal Costa do Sol, Gabriela Canavilhas, ao contrário do que o bom senso aconselharia, optou por não se justificar pela sua saída de Cascais, preferindo disparar em todas as direcções como se de uma fuga se tratasse. Nesse texto, a residente em Telheiras, para além mostrar uma enorme satisfação por Cascais ter, segundo a própria, perdido um grande projecto para um concelho onde exerce o cargo de consultora para a cultura, Sintra, decidiu atacar tudo e todos como se a própria não tivesse nenhuma relação com o fracasso que foi a sua curta participação no palco político de Cascais.
Numa prosa completamente descontrolada do ponto de vista emocional, onde usa a demagogia como uma ferramenta preciosa, a Deputada Socialista apontou a mira para a imprensa local, acusando-a de criar noticias falsas contra si, e para a vereadora independente Isabel Guerra, insinuando que a sua companheira de lista se deixou "comprar" por um pelouro para a prejudicar a ela e ao PS. Relembre-se que esse pelouro que Canavilhas diz ter sido "criado sem necessidade" é o da Igualdade de Género, curiosamente um dos "cavalos de batalha" da ex-Vereadora na Assembleia da República.
Em jeito de balanço, julgamos que Canavilhas não correspondeu às expectativas do seu partido, dos cascalenses e de si própria por culpa da sua falta de preparação, quer na estratégia usada na campanha eleitoral, onde assumiu um papel de "bota-abaixo", quer no que diz respeito ao domínio dos assuntos camarários. Gabriela deverá olhar-se ao espelho e, para além de vislumbrar a mulher extremamente bonita que é, perceber onde errou e aprender com os seus erros. Estamos certos que as capacidades da ex-Ministra de José Sócrates são muito maiores que as que apresentou nestes seis meses de Cascais.
